terça-feira, 28 de abril de 2009

Fw: Supremo Ministro

 
Naquele 22 de abril de 2009, nenhum nobre navegante português ousaria nos "descobrir". Descobertos fomos pelos olhos e pela voz do primeiro negro que, com altivez e coragem, no topo da nau capitânia do judiciário, admoestou o pretenso comandante.

Naquele 22 de abril de 2009, não caberia um 7 de setembro em que o filho do rei, futuro imperador do país, daria gritos de independência às margens de um riacho qualquer; ali, ouvimos o brado da liberdade e da insubmissão da voz abafada do povo, silenciada por séculos pelos donos do poder, através de sucessivos crimes de lesa-cidadania: "Respeite, ministro! Vossa Excelência não tem condições de dar lição de moral em ninguém!"

Naquele 22 de abril de 2009, nenhuma princesa "bondosa" assinaria uma vaga lei que nos concedia liberdade, mas nos cassava a condição de cidadãos, proibindo-nos o voto, a escola de qualidade e o trabalho digno; presenciamos, sim, a abolição proclamada em nossas almas, 121 anos depois, pela voz corajosa de um Luís Gama redivivo, encarnando todos os quilombos massacrados e abrindo os portões de todas as senzalas: "Vossa Excelência não está nas ruas; está na mídia destruindo a credibilidade de nossa justiça!"

Naquele 22 de abril de 2009, nenhum marechal, de pijama, ousaria proclamar república nenhuma; o pacto de poder que condenou a maioria de nossa gente a ser um povo de segunda classe viu-se desmascarado pela indignação patriótica de um João Cândido reeditado, que fez a chibata girar em movimento contrário, açoitando o lombo dos que se acostumaram a bater, por séculos a fio: "Respeite, ministro! Vossa Excelência não está falando com seus capangas do Mato Grosso!"

Naquele dia, Ogum, Xangÿ e Oxóssi desceram os três num corpo só e reafirmaram a presença arquetípica da África dentro de nós. Todos os movimentos aparentemente derrotados dos nossos heróis anÿnimos puseram-se de pé, vitoriosos, mesmo que não tivessem vencido uma só batalha. A Revolta dos Búzios, a Revolução dos Malês, o Quilombo dos Palmares, todos, reencenaram seus teatros de operação e puderam, séculos depois, derrotar simbolicamente o inimigo.

Naquele dia, saíram às ruas todas as escolas de samba, de jongo, todos os blocos afros; bateram os candomblés e as giras de umbanda, a procissão da Boa Morte, o Bembé do Mercado de Santo Amaro; brilharam os pequenos olhos da criança negra recém-nascida ao descortinar a luz azul de um futuro melhor.

Naquele dia, materializando todos os nossos sonhos e desejos secularmente negados, Vossa Excelência deixou de ser apenas um ministro do Supremo Tribunal Federal para tornar-se o supremo ministro de todos os brasileiros.

 

Jorge Portugal, baiano de Santo Amaro da Purificação, educador, poeta, membro do Cons. Nacional de Política Cultural secretaria@jorgeportugal.com.br

(Transcrito da página de Opinião do jornal A Tarde, da Bahia, de 28.4.09)

quinta-feira, 23 de abril de 2009

comunicação, linguagem, animais, seres humanos

Olá, turma!
Abaixo, um link de um vídeo muito bom sobre linguagem humana, comunicação animal e congêneres.
Um abraço,
Prof. Dioney

terça-feira, 21 de abril de 2009

sobre o dialeto de Brasília: abordagem do léxico

Para saber um pouco mais sobre o dialeto de Brasília, especificamente sobre sua camada lexical, sugiro a leitura do texto presente no link abaixo:
Um abraço,
Prof. Dioney

segunda-feira, 20 de abril de 2009

literatura indígena

Na revista presente no link abaixo, há uma reportagem bem controversa sobre literatura indígena. Recomendo a leitura.
Um abraço,
Prof. Dioney

domingo, 19 de abril de 2009

Fw: CBNews - Um amigo se lembrou de você

No link abaixo, um excelente texto sobre surdos, Libras, inclusão social, acadêmica e moral.
Abraços,
Prof. Dioney
 

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Fw: [etnolinguistica] Resumo 1083

 
----- Original Message -----
Sent: Friday, April 17, 2009 8:58 AM
Subject: [etnolinguistica] Resumo 1083

Mensagens neste resumo (1 Mensagem)

Mensagem

1.

Funai lança programa de documentação de línguas indígena

Enviado por: "rmleitao" rmleitao@terra.com.br

Qui, 16 de Abr de 2009 1:31 pm



Funai lança programa de documentação de línguas indígenas

Programa disponibilizará equipamentos digitais de alta tecnologia aos jovens índios para o registro dos idiomas

A Fundação Nacional do Índio (Funai) lançou nesta terça-feira, dia 14, o programa de Documentação de Línguas e Culturas Indígenas Brasileiras, em Brasília. O objetivo da iniciativa é fortalecer cerca de 20 línguas nativas que estão correndo o risco de desaparecer.

Também foi aberta a exposição Tisakisu - Tradição e Novas Tecnologias da Memória elaborada pelos índios da etnia Kuikuro, localizada no Alto Xingu (MT).

De acordo com o presidente da Funai, Márcio Meira, o programa irá disponibilizar equipamentos digitais de alta tecnologia aos jovens índios para o registro das formas de comunicação indígena.

"Documentar uma língua é mais do que escrever uma gramática ou um dicionário. É preciso reunir gravações em áudio e vídeo que representem todos os gêneros da fala indígena", afirmou.

O presidente da Associação Indígena Kuikuro do Alto Xingu, Mutua Mehinaku, afirmou que, no início, a realização dos trabalhos da exposição foi difícil pela resistência dos mais velhos da tribo.

"Quando começamos o trabalho foi difícil porque os mais velhos não aceitaram as câmeras, mas depois que explicamos que era para o futuro da língua do povo indígena, eles aceitaram", disse.

Com o programa, será criado um acervo digital, um dicionário, uma gramática básica, mídias de divulgação e publicações científicas, abrangendo as etnias localizadas no Parque Indígena do Xingu, no estado de Mato Grosso.

Segundo Meira, existem 180 línguas nativas no Brasil e a expectativa é de que o programa cresça e passe a documentar a língua de todo povo indígena do Brasil. "O programa será aplicado em várias etnias indígenas, a princípio o foco é nos povos xinguano porque a iniciativa partiu deles", informou.

A exposição fica no Salão Negro do Ministério da Justiça até o dia 14 de maio e apresenta um acervo de 11 vídeos, 100 fotos e dois filmes produzidos pelos índios kuikuro.
(Agência Brasil, 14/4)

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Rosani Moreira Leitão
Coordenadora de Antropologia do Museu Antropológico
Universidade Federal de Goiás

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terça-feira, 14 de abril de 2009

Fw: À Secretaria de Cultura do DF

 
----- Original Message -----
Sent: Tuesday, April 14, 2009 3:09 AM
Subject: À Secretaria de Cultura do DF

Solicito aos amigos e amigas que repassem.

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À Secretaria de Cultura do DF

Sr. Silvestre Gorgulho - Secretário

Sr. Beto Sales – Subsecretário       

Brasília, 12 de abril de 2009.

 

Senhores,

 

Aproxima-se o aniversário de Brasília, dos seus 49 anos, e a cidade continua carente de projetos culturais sólidos. As discussões comumente giram em torno apenas do FAC, aquele fundo cuja verba os senhores são responsáveis por atrasar e protelar, deixando boa parte dos artistas brasilienses com suas produções no meio do caminho, onde há sempre "uma pedra", "uma pedra", "uma pedra" chamada politicagem de gabinete. Somos sempre informados de que 'pareceristas' serão contratados e que haverá maior agilidade na liberação dos recursos, das dificuldades do governo etc. Lamentavelmente, os senhores não falam a verdade.

 

No entanto, em paralelo a essa postura, aliás, embasada por um discurso salva-almas, como o de determinadas igrejas do mundo midiático moderno, somos surpreendidos com a notícia de que um tal Edu Casanova, célebre desconhecido da "axé music" recebeu R$ 800.000,00 da BrasiliaTur para divulgar o aniversário da cidade no carnaval baiano, e ainda, de quebra, o convite para escrever o hino dos 50 anos, uma letra por sinal medíocre, divulgada pelo Correio Braziliense. Poetas como Cassiano Nunes, Fernando Mendes Viana ou Renato Russo devem estar dando cambalhotas no túmulo... De tanto rir. Agora, na divulgação da programação das festividades de 21 de abril (http://www.youtube.com/watch?v=QkHSM6BkvM8, vídeo feito por Cacai Nunes), levamos um soco na cara, no formato de notícia de que para mostrar a "alma da cidade" (palavras do Sr. vice-governador), teremos como principais atrações Xuxa e Cláudia Leite, sem dúvida, duas das principais referências no que diz respeito ao que de pior a indústria cultural já produziu no Brasil nos últimos anos, com cerca de R$ 950.000, 00 de cachê só para as duas, sem contar o restante da programação. E tudo isso, segundo o Sr. Roney Nemer, demissionário da BrasiliaTur, com a anuência da Secretaria de Cultura do DF. E mais uma vez, os artistas da cidade são desrespeitados. Cabe-lhes apenas o papel de coadjuvantes em sua própria festa, em sua própria casa e de sua própria história.

 

Tais fatos, senhores, reflete um outro grande mal da política brasileira, ou seja, a velha fórmula do "pão e circo". Os senhores adotam as mesmas e viciadas estratégias do coronel do cerrado Joaquim Roriz, que teve que renunciar ao cargo de senador, da mesma forma que o vosso governador José Roberto Arruda, diante de denúncias sobre querer se beneficiar de forma particular no uso de um cargo público. É aquela mesma visão política que entende o povo como "povão", uma espécie de massa disforme sem identidade ou vontade própria; e não como gente que pensa, trabalha e sua na construção do país. Que não vê a arte como instrumento fundamental para a construção de um mundo melhor, e que ao mesmo tempo abre espaço para os oportunistas que se alimentam da miséria cultural para vomitar a alienação pérfida de todos os dias.

 

Pergunto: Os senhores se sentem bem concordando com tudo isso? Os senhores conseguem olhar para os próprios filhos todas as manhãs, sabendo que lá fora a cidade está ficando cada vez mais violenta, pois entre tantos fatores responsáveis por isso, é órfã de políticas culturais e educacionais que promovam a paz e a construção do pensamento crítico e cidadão? Os senhores se sentem realizados humana e profissionalmente nos cargos que ocupam ou se acomodam diante da transitoriedade de um cargo político abençoado por conchavos de bastidores, que após um "lava-mãos" regado ao cafezinho morno de uma repartição pública, suas consciências repousarão tranqüilas?

 

A classe artística de nossa cidade se sente cansada, usada, desrespeitada e violentada diante desse governo. Educação e cultura para os senhores são valores meramente imediatistas, e que, definitivamente, não constam de sua plataforma de projetos ou de trabalho.

 

Nosso alento, no entanto, é saber que vocês passarão (sem nunca terem vindo). Seria mais digno se os senhores colocassem seus cargos a disposição, pois a Secretaria de Cultura atualmente não passa de um simples anexo da BrasíliaTur.

 

Triste biografia.

 

Atenciosamente,

 

Adeilton Lima - Ator

 


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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Fw: A estranha beleza da Lingua Portuguesa

 
 
Um político que estava em plena campanha chegou a uma pequena cidade, subiu para o palanque e começou o discurso:
- Compatriotas, companheiros, amigos! Encontramo-nos aqui, convocados, reunidos ou juntos para debater, tratar ou discutir um tópico, tema ou assunto, o qual me parece transcendente, importante ou de vida ou morte. O tópico, tema ou assunto que hoje nos convoca, reúne ou junta é
a minha postulação, aspiração ou candidatura a Presidente da Câmara deste Município.
 
De repente, uma pessoa do público pergunta:
- Ouça lá, porque é que o senhor utiliza sempre três palavras, para dizer a mesma coisa?

 
O candidato respondeu:
- Pois veja, meu senhor: a primeira palavra é para pessoas com nível cultural muito alto, como intelectuais em geral; a segunda é para pessoas com um nível cultural médio, como o senhor e a maioria dos que estão aqui; A terceira palavra é para pessoas que têm um nível cultural muito baixo, pelo chão, digamos, como aquele alcoólico, ali deitado na esquina.

 
De imediato, o alcoólico levanta-se a cambalear e 'atira':
- Senhor postulante, aspirante ou candidato: (hic) o facto, circunstância ou razão pela qual me encontro num estado etílico, alcoolizado ou mamado (hic), não implica, significa, ou quer dizer que o meu nível (hic) cultural seja ínfimo, baixo ou mesmo rasca (hic). E com todo a reverência, estima ou respeito que o senhor me merece (hic)pode ir agrupando, reunindo ou juntando (hic) os seus haveres, coisas ou bagulhos (hic) e encaminhar-se, dirigir-se ou ir direitinho (hic) à leviana da sua progenitora, à mundana da sua mãe biológica ou à puta que o pariu!




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segunda-feira, 6 de abril de 2009

Re: vídeos you tube

Renata,
Os vídeos são realmente hilários. Espero que os tipos linguístico-culturais que ele imita não se chateiem com as caricaturas. De qualquer modo, é um bom material sobre variação linguística. Em línguas africanas, é bem comum a existência de cliques como fonemas.
Um abraço e obrigado,
Prof. Dioney
 
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"Voici mon secret. Il est très simple: on ne voit bien qu'avec le coeur.
L'essentiel est invisible pour les yeux. (...) Tu deviens responsable pour toujours de ce que tu as apprivoisé."
(Le Petit Prince, Antoine de Saint-Exupéry)
 

 
----- Original Message -----
From: Renata Alvetti
Sent: Friday, April 03, 2009 12:12 AM
Subject: vídeos you tube

Oi professor, é a Renata, da aula de Introdução à Linguística.

Escolhi três vídeos do comediante canandense (filho de indianos). Espero que você goste =]

http://www.youtube.com/watch?v=QYiteaPBlz0&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=r8lEbiTJoMM&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=Nn5jlrxcpkI